No dia 23 de maio, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que a Apple enfrentará uma tarifa de pelo menos 25% sobre iPhones produzidos fora do país, incluindo aqueles fabricados na Índia. A declaração, feita na plataforma Truth Social, reforça a pressão para que a empresa transfira sua produção para território americano.
A medida ocorre em meio à expansão da Apple na Índia, onde a empresa - por meio de sua fornecedora Foxconn - investiu US$ 1,5 bilhão em uma nova fábrica de módulos de display perto de Chennai, no estado de Tamil Nadu. A instalação deverá atender à crescente demanda por iPhones e reduzir a dependência da China na cadeia de suprimentos.
A fábrica deve gerar cerca de 14.000 empregos e faz parte da estratégia da Apple de produzir todos os 60 milhões de iPhones vendidos anualmente nos EUA a partir da Índia até o final de 2026.
Analistas alertam que a imposição de tarifas pode impactar significativamente os preços dos iPhones nos EUA. Dan Ives, da Wedbush Securities, estima que um iPhone fabricado nos EUA poderia custar até US$ 3,5 mil, mais que o triplo do (alto) preço atual.
Além disso, a mudança da produção para os EUA enfrentaria desafios logísticos e de mão de obra especializada, tornando o processo demorado e mais oneroso.
O que diz a Apple
Em resposta às pressões, a Apple anunciou um investimento de US$ 500 bilhões nos EUA ao longo dos próximos quatro anos, com a criação de 20.000 empregos. Os recursos serão destinados à expansão de instalações, incluindo uma nova fábrica de servidores em Houston, Texas, prevista para 2026, e a abertura de uma academia de manufatura em Detroit, Michigan. A empresa também planeja ampliar sua capacidade de data centers em vários estados americanos.

Apesar dos investimentos domésticos, a Apple continua a diversificar sua produção internacionalmente. Em março de 2025, 97,6% dos iPhones exportados da Índia foram destinados aos EUA, evidenciando a estratégia da empresa de mitigar os impactos de tarifas sobre produtos chineses.
As declarações de Trump também afetaram os mercados financeiros. As ações da Apple caíram cerca de 4% após o anúncio, contribuindo para uma queda de 300 pontos no Dow Jones Industrial Average e de quase 250 pontos no Nasdaq.
A situação destaca os desafios enfrentados por empresas globais diante de políticas comerciais protecionistas e a complexidade de realocar cadeias de produção estabelecidas. A Apple, ao buscar equilibrar investimentos domésticos e internacionais, tenta navegar por um cenário econômico e político cada vez mais volátil.
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