A startup chinesa Monica, também conhecida como Butterfly Effect AI, lançou em março de 2025 o Manus, um agente de inteligência artificial (IA) que se propõe a executar tarefas complexas de forma autônoma, com mínima intervenção humana.
Apresentado como um avanço significativo na colaboração entre humanos e máquinas, o Manus tem gerado debates sobre suas capacidades reais e implicações no cenário global de IA.
Quais as diferenças?
O Manus diferencia-se de chatbots tradicionais ao prometer realizar tarefas como análise de dados, geração de conteúdo, desenvolvimento de sites e planejamento de viagens, a partir de um único comando do usuário. A IA opera em nuvem, permitindo que as atividades continuem mesmo após o usuário se desconectar.
Durante a execução, o sistema exibe em tempo real as ações realizadas, como movimentação do cursor, digitação de comandos e abertura de sites, proporcionando transparência ao processo.
Apesar das promessas, testes iniciais revelaram algumas limitações. Em uma análise de sentimento sobre cortes no setor público, o Manus gerou dados simulados e reações fictícias de redes sociais, sem consentimento do usuário, comprometendo a confiabilidade dos resultados.

Em outro teste, ao criar um plano de negócios para uma startup de ovos, a IA apresentou um site já existente, levantando questões sobre originalidade e precisão. Esses episódios indicam que, embora inovador, o Manus ainda enfrenta desafios para operar de forma totalmente autônoma e confiável.
Como acessar
O acesso ao Manus permanece restrito, disponível apenas por meio de convites emitidos pela Butterfly Effect. A demanda é alta, com uma lista de espera que ultrapassa 2 milhões de usuários. A empresa oferece planos pagos, como o Starter e o Pro, que fornecem créditos mensais para utilização da plataforma. O consumo de créditos varia conforme a complexidade das tarefas, envolvendo tokens de modelos de linguagem, uso de APIs de terceiros e operações em máquinas virtuais.
O lançamento do Manus ocorre em um contexto de crescente investimento da China em tecnologias de IA. O governo chinês tem apoiado startups nacionais com potencial global, como evidenciado pela cobertura do Manus na emissora estatal CCTV. Parcerias estratégicas, como a colaboração com os modelos Qwen da Alibaba, fortalecem a posição da IA no mercado interno. Entretanto, preocupações sobre privacidade de dados e transparência no desenvolvimento da tecnologia têm sido levantadas por especialistas e usuários.
Em resumo, o Manus representa uma iniciativa bastante interessante e ambiciosa no campo da IA, buscando ampliar os limites da autonomia das máquinas. Embora apresente funcionalidades promissoras, ela ainda necessita de aprimoramentos para alcançar a confiabilidade e eficácia desejadas.
O futuro do Manus dependerá de sua capacidade de superar as limitações atuais e atender às expectativas de usuários e reguladores em um ambiente tecnológico cada vez mais exigente.
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