Brasil é um dos países que mais usa IA para consumo de notícias; veículos jornalísticos precisam ficar atentos a isso

 William Schendes
William Schendes

A transformação da inteligência artificial na internet já é realidade há alguns anos, mas com a evolução da tecnologia e sua implementação em mecanismos de busca e redes sociais, novas tendências de uso da ferramenta estão surgindo para diferentes atividades do cotidiano. O relatório Digital News Report, do Reuters Institute, revela que a IA está crescendo como recurso para o consumo de notícias.

A pesquisa, que se baseia em dados de seis continentes e 48 países, mostra que 7% dos entrevistados utilizam IA para consumir notícias semanalmente. No entanto, essa proporção sobe entre os mais jovens: 15% dos menores de 25 anos costumam utilizar a tecnologia para acompanhar o noticiário.

Brasil é um dos países que mais usa IA para consumo de notícias

(Imagem de fundo: Solen Feyissa/ Unplash. Montagem: TechShake)

Apesar de o público ainda preferir a participação humana na transmissão das notícias, o relatório revela que a maioria dos países espera que a IA torne a produção jornalística mais barata e as informações mais atualizadas.

No entanto, há também um ponto de alerta: os usuários acreditam que a tecnologia pode tornar as notícias menos transparentes, precisas e confiáveis.

O Brasil é um dos países que mais usa IA no consumo de notícias

O Digital News Report 2025 também mostra que, mesmo com o uso ainda limitado da IA pelo público mundial, 9% da população do Brasil utiliza agentes de IA como o ChatGPT e o Gemini para se informar — uma taxa acima da média global e superior a países como Alemanha, Japão e Reino Unido.

A participação brasileira segue uma tendência observada na América Latina. Outro exemplo é o México, onde 7% da população relatou usar os chatbots como fonte de informação semanal — percentual igual ao da média global.

Entre os fatores que explicam o uso da IA no consumo de notícias está a sua capacidade de personalizar o conteúdo ao usuário, como destaca Bruno Montoro, diretor de Negócios da Gupshup LATAM:

“Os usuários recorrem aos agentes de IA para obter resumos concisos, traduções instantâneas e notícias que se ajustam aos seus interesses, buscando complementar as informações que obtêm dos meios tradicionais."

Outro ponto que ajuda a explicar essa popularização é o fato de a IA facilitar o acesso às notícias e permitir uma melhor compreensão de temas complexos e globais.

A imprecisão dos chatbots como fonte de informação

Atualmente, a maioria dos aplicativos de IA generativa, como o ChatGPT e o Perplexity, fornece resumos e recomendações de notícias baseados, muitas vezes, em trechos soltos de sites jornalísticos. Isso pode comprometer a compreensão exata dos fatos.

Não é incomum ver IAs apresentando informações — especialmente notícias — sem o contexto completo. Sabemos que a interpretação de um fato pode mudar completamente em poucos minutos, ainda mais quando se trata de um acontecimento recente.

Brasil é um dos países que mais usa IA para consumo de notícias

(Imagem: Obi/ Unplash)

Adotação dos chatbots de IA por veículos jornalísticos pode ser a solução

Uma das possíveis soluções para os problemas citados acima seria a adoção, pelos próprios veículos de comunicação, de seus próprios chatbots de IA — como sugere a Gupshup, empresa especializada no desenvolvimento de plataformas conversacionais. Confira a seguir, os benefícios da implementação das plataformas de IA para os veículos jornalísticos:

  • Controle editorial total: veículos que adotam seus próprios chatbots mantêm o controle sobre como as reportagens são interpretadas e distribuídas, garantindo fidelidade aos padrões da marca e evitando distorções.
  • Informação verificada na fonte: os bots oferecem dados diretamente dos acervos jornalísticos, com curadoria e linguagem alinhadas à identidade editorial do veículo.
  • Diferenciação em relação às IAs genéricas: os bots próprios seguem critérios editoriais específicos e oferecem análises aprofundadas, com base em especialistas e conteúdos exclusivos de um portal, por exemplo.
  • Engajamento com públicos mais jovens: os bots transformam reportagens longas em resumos acessíveis e permitem interações em tempo real, mantendo o leitor ativo dentro do ecossistema do veículo.
  • Novas oportunidades de monetização: os bots podem sugerir artigos premium, destacar benefícios de assinatura e distribuir conteúdos exclusivos para usuários pagantes.
  • Feedback contínuo para aprimoramento: os canais também permitem que os usuários relatem falhas e contribuam com a melhoria do serviço.

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 William Schendes
William Schendes
Jornalista e redator de conteúdo. Cobre tecnologia, games e cibersegurança desde 2022. No TechShake, acompanha e escreve sobre notícias do mundo tech, mas também produz reportagens, reviews, artigos especiais e tutoriais. Tem uma sugestão de pauta ou release? Mande para williamschendesps@outlook.com
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