A Western Digital (WD) anunciou sua saída do mercado de SSDs (unidades de estado sólido) para focar exclusivamente em discos rígidos (HDDs). A decisão transfere toda a produção de SSDs para a SanDisk, subsidiária adquirida em 2015 por US$ 19 bilhões, que agora assumirá a concorrência com marcas como Samsung e Crucial.

HDs para Data Centers e IA
A estratégia da WD está alinhada ao crescimento da demanda por armazenamento em nuvem e inteligência artificial (IA). Segundo o IDC, o mercado global de HDDs para data centers deve crescer 18% até 2026, impulsionado por modelos de alta capacidade.
A empresa desenvolve discos com tecnologia HAMR (Gravação Magnética Assistida por Calor), que promete até 100 TB de espaço — cinco vezes mais que os modelos atuais. No entanto, a tecnologia ainda não tem previsão de chegada ao mercado.
SanDisk assume linha de SSDs (mas sob supervisão da WD)
A SanDisk, que já operava como marca independente sob o guarda-chuva da WD, herdará toda a linha de SSDs. A produção continuará em parceria com a Kioxia, fabricante japonesa de chips NAND, e incluirá colaborações com a Samsung para ampliar a oferta de memória flash.

O último SSD lançado pela WD, o Black SN850X (focado para o público gamer), permanecerá no mercado, mas sem novos lançamentos sob a marca.
Impacto no consumidor
A mudança não deve afetar a disponibilidade de SSDs no curto prazo, mas levanta dúvidas sobre o posicionamento da SanDisk. Analistas especulam que a marca pode migrar para o segmento premium, hoje dominado pela Samsung, ou manter o foco em produtos mais acessíveis. Atualmente, a SanDisk responde por 12% do mercado brasileiro de SSDs, enquanto a Samsung lidera com 34%, segundo a ABINEE.
A saída da WD ocorre em um momento de queda nos preços de SSDs. Dados da TechInsights mostram que o valor médio de um SSD de 1 TB caiu 40% em 2024, pressionado por excesso de oferta global. Para especialistas, a SanDisk precisará equilibrar inovação e custos para competir.

Futuro dos HDs e sustentabilidade
A WD justifica a aposta em HDs citando a sustentabilidade: discos rígidos consomem menos energia em operações contínuas, segundo estudos. A empresa também planeja lançar HDs de 30 TB até 2025, usando tecnologia convencional (CMR). Apesar disso, as projeções do mercado indicam que SSDs ultrapassem HDDs em vendas globais até 2028, graças à popularização de dispositivos pessoais e notebooks.
Enquanto a WD se prepara para dominar o nicho de armazenamento massivo, a SanDisk terá muitos desafios pela frente. Seu primeiro teste será o lançamento de SSDs com tecnologia 232-layer NAND, previstos para o segundo semestre deste ano. Já os consumidores brasileiros, por ora, continuarão encontrando produtos das duas marcas nas prateleiras — mas com logotipos diferentes.
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