Robô-enfermeiro equipado com IA pode revolucionar cuidados com idosos

Taysa Coelho
Taysa Coelho

O RoBoHoN é um robophone que está sendo considerado como uma possível solução para a escassez de profissionais de enfermagem no Japão. O smartphone com aparência de robô, da empresa japonesa Sharp, pode ajudar a suprir a falta de mais de 300 mil trabalhadores da área, esperada para 2025.

O dispositivo, que já é vendido há anos no país, será equipado com o sistema de inteligência artificial conversacional MICSUS (sigla em inglês para Sistema Multimodal Interativo de Apoio aos Cuidados, em livre tradução). O teste será realizado por um mês com 10 idosos que vivem em uma casa de repouso em Tóquio.

Divulgação/Sharp

A ideia é que o aparelho não apenas auxilie verificando o estado de saúde do paciente, mas também seja uma companhia, com quem pode jogar conversa fora e compartilhar seus interesses em geral.

O tempo de conversa pode ser programado pelo cuidador para se ajustar à rotina do idoso. No entanto, o paciente pode ligar para o robô, caso queira falar com ele fora do período estipulado.

Aumento da eficiência e proximidade com as famílias

O teor das conversas, bem como o resumo do conteúdo, será disponibilizado em um site dedicado, onde familiares e cuidadores poderão acompanhar o que for dito. A ideia é facilitar o diálogo com os idosos, ao saber sobre seus principais interesses.

“Ao compartilhar informações sobre as condições de saúde e interesses diários com os familiares, a comunicação entre os familiares que moram longe dos idosos e os idosos será revitalizada”, explica a Sharp, em comunicado.

Caso detecte uma situação que exija atenção, será gerado um alerta no site. Assim, pode haver uma resposta rápida, na ausência de um cuidador nos aposentos do paciente.

Além disso, em testes anteriores realizados com bichos de pelúcia equipados com o sistema de inteligência artificial conversacional MICSUS, houve uma redução do tempo de trabalho de entrevista do cuidador em 70%. O que inclui dados sobre estado de saúde e qualquer alteração na condição de vida do paciente.

Esse aumento de eficiência seria bastante útil em um cenário de escassez de profissionais.

RoBoHoN já é vendido no Japão

O RoBoHoN é um dispositivo que já está à venda há alguns anos no Japão. Equipado com quatro microfones embutidos, processador Snapdragon 430, 16GB de armazenamento de 2GB de RAM.

Conta ainda com nove sensores, câmera de 8 MP, conexão com internet LTE e Wi-Fi. Operado com sistema Android, o modelo mais simples é vendido por 145.200 ienes (cerca de R$ 4.740).

Isso significa que o robô pode fazer ligações, mas também consegue andar (e dançar!) sobre as duas pernas. Com 19 cm de altura, tem os membros equipados com servomotores de alto desempenho, que funcionam como as articulações.

Divulgação/Sharp

O robophone reconhecer vozes humanas vindo de diferentes direções e é capaz de se comunicar com gestos. As emoções são demonstradas mudando a cor dos olhos e da boca e o tom da voz, quando está irritado, por exemplo.

A diferença do robô à venda e o que será usado nos testes com os idosos é que a versão “cuidadora” é equipada com a tecnologia de inteligência artificial IA conversacional MICSUS.

A MICSUS foi desenvolvida em uma parceria entre a companhia de comunicação KDDI, o Instituto Nacional de Tecnologia de Informação e Comunicação (NICT) e a empresa de tecnologia da informação NEC Solution Innovators, em cooperação com o Instituto de Investigação do Japão.

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Taysa Coelho
Taysa Coelho
Movida pela curiosidade, adora conhecer coisas novas e acredita que, por isso, se tornou jornalista. No tempo livre, gosta de ir à praia, ler, ver filmes e maratonar séries. Carioca formada pela UFRJ, atualmente vive em Portugal, país que adotou.
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