Nissan enfrenta crise com demissões em massa e prejuízo histórico

Adriano Camargo
Adriano Camargo

A Nissan anunciou a demissão de 20 mil funcionários em todo o mundo, representando 15% de sua força de trabalho global. A medida faz parte de um plano de reestruturação diante de uma previsão de prejuízo de aproximadamente US$ 5 bilhões no ano fiscal de 2024, o maior da história da empresa.

A montadora japonesa também considera a venda de sua sede em Yokohama, avaliada em cerca de 100 bilhões de ienes (aproximadamente US$ 700 milhões), como parte dos esforços para cobrir os custos de reestruturação. A estratégia envolveria a venda do imóvel com posterior locação do espaço, permitindo que a empresa continue operando no local.

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Além disso, a Nissan planeja fechar sete fábricas globalmente, incluindo unidades no México, África do Sul, Índia e Argentina. No Japão, as plantas de Oppama e Shonan estão entre as possíveis afetadas. Com essas ações, a empresa pretende reduzir o número total de fábricas de 17 para 10 até 2027.

A palavra do CEO

O novo CEO, Ivan Espinosa, reconheceu que os problemas da Nissan começaram há cerca de uma década, quando metas de vendas excessivamente ambiciosas levaram a investimentos significativos em capacidade de produção e expansão da força de trabalho. Com as vendas atuais muito abaixo do esperado, a empresa enfrenta desafios significativos para recuperar sua rentabilidade.

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Vendas foram muito abaixo do esperado (Imagem: Divulgação)

As dificuldades da Nissan também foram agravadas pelo fracasso nas negociações de fusão com a Honda, que visavam criar a terceira maior montadora do mundo. As conversas foram encerradas devido a divergências sobre a estrutura da fusão, incluindo a proposta da Honda de tornar a Nissan sua subsidiária.

O ex-CEO Carlos Ghosn criticou a gestão atual da Nissan, afirmando que decisões lentas e falta de liderança eficaz contribuíram para a situação atual da empresa. Ele também expressou ceticismo em relação à aliança com a Honda, considerando-a uma rendição às dificuldades enfrentadas.

Em resposta aos desafios, a Nissan lançou o plano "Re:Nissan", que inclui cortes de custos significativos, fortalecimento de alianças estratégicas e lançamento de novos modelos de veículos. A empresa espera alcançar rentabilidade até 2026, apesar das incertezas do mercado e da crescente concorrência no setor automotivo.

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Adriano Camargo
Adriano Camargo
Jornalista especializado em tecnologia há cerca de 20 anos, escreve textos, matérias, artigos, colunas e reviews e tem experiência na cobertura de alguns dos maiores eventos de tech do mundo, como BGS, CES, Computex, E3 e IFA.
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